MICROCONTOS DIDÁTICOS
Jonas Serafim
1 - ABACATE
Aprendi com a minha avó que o chá de
abacate serve para problemas urinários. Depois, com a minha mãe, vi que essa
fruta é muito útil na arte culinária. Escrevendo poemas, pesquisei nos versos
das canções e descobri o significado afrodisíaco da abacateidade.
2 - ABELHA
Uma sertaneja do nordeste brasileiro
resolveu ser apicultora. Em contrapartida, nesse lugar, um grupo de empresários
do agronegócio negociou um desmatamento em favor de uma imobiliária. As abelhas
intoxicadas, faleceram. O tempo passou e sem a polinização, a sertaneja também
faleceu.
3 - ACEROLA
Acerola. Plantei, cultivei e colhi para
beber o suco.
4 - ÁGUA
A água disse para a terra que se sentia
acolhida em seu leito. Também era satisfeita nas raízes das plantas, nas
nuvens, no copo dos sedentos… Mas, suas lágrimas eram de poluição.
5 – ALFABETO
No primeiro dia de aula a professora
escreveu no quadro a palavra alfabeto. Joãozinho perguntou:
— Professora? Essa palavra é para gente escrever todas as coisas do
mundo?
— Não, Joãozinho. Tem coisas que não se escrevem. A gente precisa sentir com o
coração e abraçar com amor.
6 - ALUNO
O aluno foi conduzido à coordenação. A
coordenadora falou:
— Conte a sua história…
7 - AMIZADE
Aprendi bem a amizade com a minha mãe,
até quando me castigava. Entendi melhor na criação dos filhos e filhas e com
alunos e alunas o sentido desse valor que pondera. Percebi na maturidade da
vida o sentido que prevalece desse sentimento reflexivo.
8 - AMOR
– Oi, amor! Seremos felizes para
sempre, até que a morte nos separe.
Depois dessa liturgia e três casamentos nas costas, aprendi que precisa mudar o
ritual. Como diz Vinícius, "que seja infinito enquanto dure".
9 - ANEL
Dois rapazes avistaram uma moça numa
festa e logo se interessaram em cortejá-la, quando perceberam o anel em seu
dedo anelar.
10 - APRENDIZAGEM
Quando nasci, passaram-se dez meses
para aprender a andar e falar algumas letras. Depois dos seis anos de idade
comecei as primeiras leituras. Após os doze anos, desenvolvi o pensamento
lógico e a capacidade de realizar operações mentais com objetos concretos.
Resolvi escrever poesias e microcontos.
- ARANHA
A professora pediu uma pesquisa sobre
aranha. Mariana escreveu numa cartolina e começou a ler: Existem mais de 50 mil
espécies de aranhas. Elas comem as próprias teias para recuperar parte da
proteína. Algumas são capazes de andar sobre líquidos, nadar e até respirar
debaixo d’água. A viúva negra, a aranha-marrom, as armadeiras e a
aranha-teia-de-funil, são consideradas as aranhas mais venenosas e letais. Ao
terminar de ler, a turma percebeu uma grande aranha no canto da parede. A
correria foi grande.
- ÁRVORE
A árvore da vida no meio do jardim do
conhecimento do bem e do mal, escrito no Gênesis, lembrou-me do pé de cajarana
que ficava em frente da escola onde eu estudava com meus irmãos, e era também
perto da nossa casa. Mas, essa ideia foi cortada por uma serra elétrica.
- ASA
Ícaro descobriu que existem basicamente
três tipos de asas: asas de aves, de insetos e de aeronaves, com uma simbologia
sobre a liberdade com espiritualidade. Mas, isso com o limite sobre o peso e a
energia utilizada.
- ATIVIDADE
Um idoso me contou que a sua atividade
na vida foi aprender e ensinar a conviver em paz. Era um professor com mais de
quarenta anos de sala de aula.
- AULA
Primeiro dia de aula do 6° ano, sala
quente com mais de trinta alunos, e muita conversa. Meninos e meninas
misturavam-se entre os corredores das cadeiras trocando figuras. A cena ainda
continuava à noite na mente docente sobre o travesseiro.
- AVIÃO
— Professora, é verdade que Santos
Dumont, o “Pai da Aviação”, tirou a própria vida? Perguntou à
aluna.
— Sim. De acordo com as testemunhas,
Dumont, deprimido e com desgosto pelo uso de aviões em guerras, foi encontrado
morto em seu quarto no hotel, onde estava hospedado, enforcado com uma gravata,
aos 59 anos, em 1932.
AFETO
Um menino de nove anos que cursava o 4° ano do Ensino Fundamental, era sempre chamado atenção na coordenação, porque brigava constantemente com os colegas da escola, e a família era solicitada para advertência. Uma professora chegou na escola e adotou esse aluno com afeto. Um ano depois, com o acolhimento afetuoso, o aluno rebelde passou de ano e não foi chamado mais atenção.
ALEGRIA
Conheci uma jovem copeira em um hospital que vivia alegre e sorridente. Então, todas às vezes que a via, eu dizia: bom dia, alegria!
ALFACE
A mãe insistia com o filho para comer verduras. Um dia falou que se comesse alface, ficaria bonito e inteligente. O menino cresceu comendo alface.
ALGODÃO
Um economista comentou numa entrevista dizendo que o algodão já foi chamado de “ouro branco”. Explico. Devido a seu grande valor durante o ciclo do algodão no Brasil, nos séculos XVIII e XIX, e em particular, no Nordeste, e mais especificamente, no Ceará, o que levou ao processo de industrialização. Com a falta d’água, a concorrência, o surgimento do bicudo-do-algodoeiro e a queda no preço do produto, ocasionou o declínio do algodão.
AMAZÔNIA(Endyra)
X ....
APAGADOR
Um adolescente disse para o seu avô que parou para pensar sobre a palavra "apagador". E como tal, concluiu que poderia compreender como um objeto que apaga o quadro da sala de aula, ou um interruptor que apaga a lâmpada. Além, disso, pode-se entender poeticamente, algo que apaga a dor de alguém.
ADVOGADA
Uma mulher entrou num shopping e foi barrada porque era negra. Ela questionou e exigiu os seus direitos. Mesmo assim, foi constrangida. O caso foi bater na delegacia onde essa mulher trabalhava como advogada.
APOSTILA
Durante a maior parte dos meus estudos, aprendi e guardei tudo em apostila. Agora, guardo exames médicos.
APRENDER
Conheci muitas ideias, fiz planos com familiares e amigos, convivo bem com a diversidade, sou um aprendiz que busca ser no processo de aprender.
AVISO
No alto da parede um aviso: viva o bem, porque só existir não basta.
BANANA
Um nativo explicou a um turista, quando
viu diversas bananas no mercado das Filipinas.
— Desde a antiguidade, a banana foi comparada com
dedo e dente, sendo um nutriente que simboliza sorte, prosperidade, abundância,
fragilidade, até gesto de desprezo. Ela não é uma árvore, mas sim uma erva
gigante.
BANDEIRA
— Fale de Bandeira, Maria.
— Bandeira de Pasárgada, pernambucano sem lirismo
comedido, e da poesia O Bicho, meu Deus, era um homem.
BANQUETE
Li no jornal (g1.globo.com) de 25/12/2023,
sobre um banquete. Padre Júlio Lancellotti e líderes religiosos se uniram e
fizeram um café da manhã de Natal para moradores em situação de rua. Foi
um ato inter-religioso com pastor, sheik, pai de santo, padre e bruxa que
ocorreu na Zona Leste de São Paulo. Cerca de 500 refeições foram entregues para
a população de rua. Existem mais de 345 mil pessoas em situação de rua no
Brasil.
BARCO
Aprendi a nadar na praia do Mucuripe
quando tinha 12 anos. Nadava até os barcos que ficavam na praia. Via os
pescadores puxando a rede de pesca e ganhava peixes pequenos para almoçar em
casa com a família.
BEBÊ
Na recepção de um hospital havia uma
confusão. Uma suposta grávida queria partejar um bebê reborn.
— Falou muito bem, apoiou uma colega.
— Que alcancemos esse bem-estar, concluiu o professor.
BIBLIOTECA
Na minha adolescência juntei uns
trocados e comprei umas histórias em quadrinhos. Algumas décadas depois, já
tinha centenas de livros. No pequeno quarto, uma biblioteca.
BICICLETA
Um menino contou para a sua amiga, na
hora do recreio da escola, que imaginava ela pedalando bicicleta. A menina,
olhando pro céu, disse que imaginava viajar de avião.
BOCA
A primeira vez que meu irmão foi ao
dentista, ainda adolescente, sentou na cadeira do consultório morrendo de medo.
Quando o dentista disse para abrir a boca, o mano saiu correndo sem direção.
BOLA
Assisti uma partida de futsal de cegos
numa escola. A bola possui guizos para os jogadores localizarem pelo som. A
torcida deve ficar em silêncio, podendo vibrar na hora gol. Enquanto isso, os
alunos corriam e se batiam pelos corredores causando alguns acidentes.
BOLETIM
Uma mulher chegou na delegacia e fez um
boletim de ocorrência contra a agressão do ex-marido. Era mais uma na
estatística da violência doméstica. Até quando essa misoginia?
BONECA
Fizeram filmes com bonecas que matam
gente. Talvez Pinóquio fizesse gente que amasse.
BORBOLETA
Preso e torturado,
como Papillon, busca pela liberdade, como borboleta.
BOTÃO
Quando criança, aprendi a fazer e
brincar de corrupio de botão com meus irmãos. Depois do celular, até os livros
passaram para PDF.
BRASIL
Depois da Colônia, do Império e da
República, os nativos ainda resistem na terra das palmeiras de Pindorama
chamada Brasil.
Meu irmão mais novo estava numa brincadeira pelo celular, quando mãe chamou:
— Jônatas, vem almoçar!
— Espera um pouco. Depois que eu morrer, vou comer.
BRINQUEDO
Há 4.000 a.C., nas margens do rio
Eufrates, já se faziam piões de argila. Depois passou a ser feito de madeira,
com uma ponta de metal e um cordão para fazê-lo girar. Com a tecnologia, esse
brinquedo passou a ser chamado de Beyblade, bem veloz dentro de uma pequena
arena, projetado para duelos rápidos.
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BEIJO
Meu primeiro beijo foi de um desejo, mas o segundo beijo foi de uma paixão, que marcou com tantos beijos, que ainda sinto o sabor no coração.
BELEZA
Nunca esqueci da frase que aprendi no 4° ano do Ensino Fundamental que dizia: "quem o feio ama bonito lhe parece". Assim, aprendi o significado da beleza.
BOLO
Muita vezes, vi minha mãe fazendo bolo, e ficava ansioso, esperando com meus irmãos para lamber a panela.
BLOG
Indo pelo celular. Ao clicar no link do Blog, você vai ver uma faixa escrita: "Página inicial". Abaixo está escrito a frase: "Ver versão para web" Clina nela. Você verá a página do Blog. No lado direito encontrará os seguidores. Abaixo está escrito numa faixa azul: "Seguir". Clica em cima da palavra "Seguir". Pronto! Espero você me seguir, hein!? Abraço!
CAMINHO
No começo do caminho andei com os meus pais. Depois, passei a andar com os meus filhos. Em seguida, avancei acompanhando os meus netos e plantando árvores pelo caminho.
CABELO
As histórias de cabeleireiro emitem
inspiração diversas. Um dia desses, entrei no salão que sempre frequento para
cortar o cabelo, provoquei uma conversa para poder escrever algo. Fiquei
sabendo que esta profissão remonta ao Egito e à Grécia. Que na Idade Média os
barbeiros faziam procedimentos cirúrgicos e extração de dentes. Já no mundo
contemporâneo, além dos tratamentos faciais e massagens, incluem atrativos com
plataformas digitais para atrair novos clientes.
CACHORRO
Tínhamos uma cachorra chamada Piaba. Um
dia começou a correr em torno da casa como louca querendo morder todo o mundo.
O sacrifício foi inevitável.
- CADEIRA
A primeira vez que sentei numa cadeira,
não me lembro. Mas, não esqueço o tempo das aulas. Imagine!
CAVERNA
Platão ensinou com o mito da caverna que os seres humanos confundem o mundo das aparências, as fake news, com a verdadeira realidade, ficando presos pelas percepções do senso comum. É preciso sair da caverna da ignorância pelo conhecimento que provoca reflexões críticas em favor da liberdade e da fraternidade. É necessário coragem para questionar os preconceitos no mundo contemporâneo e lutar contra a alienação.
- CESTO
Vivi momentos em que a roupa suja, as
frutas, as verduras, às vezes livros... ficavam dentro do cesto.
CONFUSÃO
O avô pediu ao filho que seu neto fosse à casa da tia deixar um pacote para a prima que estava com a madrasta, a esposa do avô. O neto confundiu a madrasta com a tia, a quem entregou o pacote. Tal encomenda voltou ao avô, pois era dele próprio o que estava na embalagem.
CADERNO
Meu primeiro caderno era pequeno e
levava para a escola dentro de um saco reutilizado de feijão, junto com um lápis e uma borracha.
— Qual a bebida mais apreciada dos brasileiros?
— Cachaça! Respondeu um participante.
— Não! É o café!
CAIXÃO
Existia uma idosa que vivia no Sertão
Maranhense que decidiu comprar o próprio caixão para o seu funeral. O tempo
passou e os cupins comeram o caixão.
CAJU
Peguei a castanha de caju e usei um
prego para retirar o óleo e tatuei no braço o meu nome. As letras viraram
feridas e cicatrizaram com o tempo.
CAMA
A cama parecia vazia. Assim como estava
vazio o sentimento do casal. A filha caçula dormia há meses com a mãe na cama.
O marido dormia no divã.
CANETA
Sempre tenho caneta para exercer a
profissão docente. Mas acontece que um ou outro pega a caneta alheia para
escrever em algum papel. E nesse hábito, ficamos ou perdemos a caneta de
alguém.
CANTAR
Ouvi minha mãe cantar músicas de
ninar. Depois, aprendi na escola hinos e canções. Na igreja, comecei a
cantar músicas sacras e até cantos das exéquias.
CARRO
Andei, pedalei, pilotei moto, e depois
dos 60 anos, consegui comprar meu primeiro carro. O médico pediu para eu
começar a andar e a pedalar.
CARPINTEIRO
Em Belém de Judá, nasceu Jesus, o carpinteiro, que após retornar do refúgio no Egito, viveu e cresceu em Nazaré da Galileia. Depois, com mais de três décadas de vida, esse Jesus Cristo, foi sacrificado numa cruz de madeira, sob a lei do império romano, e sob pressões políticas e religiosas judaicas do Sinédrio.
CARTA
Assisti ao filme “Cartas para Deus” e
passei para as turmas que leciono. Como atividade, pedi que cada um fizesse uma
carta para Deus. No final, percebi várias histórias e depoimentos reveladores.
Enquanto lia uma das cartas, uma lágrima escorria pelo rosto.
CASA
Meu pai conseguiu a única casa própria
em vida para a família aos 50 anos. Eu consegui a primeira das três casas, aos
30 anos. Meu irmão caçula comprou sua casa própria na Itália, antes dos 40,
possui um veículo e vive como enfermeiro.
Dois garotos conversavam no quintal de casa:
— Qual animal você gostaria de ser?
— Um cavalo.
— Por que cavalo?
— Porque é muito forte.
— Pois eu seria uma águia para voar alto e em liberdade.
CEBOLA
No filme, “O Caçador de Pipas”, o
garoto questiona a história do outro, que conta que um homem conseguiu
transformar lágrimas em pérolas, e para tanto, sacrificou a esposa. Então, o
questionamento era: por que o homem não cortou uma cebola para conseguir as
lágrimas?
CELULAR
De primeiro, anotava tudo num caderno.
Até datilografei. Agora digito tudo pelo celular.
— Espere aqui que vou pegar o dinheiro.
Assim que desceu, o motorista espantado, deu partida apressado cantando pneu.
CERCA
CÉU
— Pai, o que é o céu?
— O céu é percebido no espaço com suas estrelas, a lua, o sol…
Antes de continuar respondendo, fui interrompido para uma reflexão.
— Pai, eu aprendi que o céu é a casa de Deus.
CHÃO
Um aluno cogitou ao professor sobre a
palavra chão. O docente respondeu dizendo que ao pensar na palavra chão,
lembrou da obra poética, "Morte e Vida Severina", do pernambucano,
João Cabral de Melo Neto, que foi apresentada em teatro e em filme. Numa das
cenas, a música “Funeral de um lavrador", de Chico Buarque, gravada em
1966, foi criada para a montagem do poema que trata das desigualdades sociais e
da questão da reforma agrária no Brasil.
CHAPÉU
Meu pai costumava usar um chapéu social
de massa marrom escuro bem elegante. Depois que ele faleceu, minha mãe passou a
usá-lo na cabeceira da cama como lembrança. Um dia, entrei no quarto de minha
mãe para uma visita, vi que o chapéu não estava mais lá.
CHAVE
Todo os dias de manhã, de segunda a sexta, eu e minha esposa, saímos para trabalhar. Cada um tem a sua chave de casa. Um dia, tive que voltar para casa no horário do almoço. A distância de casa para o trabalho era de uns 15 km. Ao chegar em casa, percebi que não estava com a chave. Puts!... Voltei para resolver o prolema. Mas, tive que pensar em algo melhor para passar a raiva.
DIVÓRCIO
Um casal de namorados se beijavam
apaixonadamente. Anos depois, o divórcio.
ESTUDO
— Mas eu não quero estudar agora! Quero brincar! Retrucou o filho.
Depois de uma discussão, o menino chorando de raiva, estava à mesa com o pai que pensava qual futuro seria do filho.
FARINHA
Olhei para um saco de farinha no supermercado e imaginei meu avô. Passou a vida inteira plantando mandioca. Colhia, botava de molho, descascava, triturava, prensava, peneirava, torrava e ensacava. Estava pronta a farinha. Quantos não sabem o que era a farinhada.
FILOSOFIA
A filosofia da vida busca analisar a nossa feitura, a essência que temos, a causa que nos move, e a finalidade que nos define.
GUARDA-CHUVA
Guarda-chuva que não guarda, que guarda
gente sem guardar, que se faz sobrinha protegendo do sol, mesmo assim, faz
queimar, que junta casal, ideias e opiniões diferentes, que puxa e repuxa,
levando a molhar os pés e esquecermos esse guarda em qualquer lugar.
INVENÇÃO
Serei uma estrela lá no céu, como um
grão de areia que vejo aqui da Terra. Lá, estarei brilhando na imensidão,
igualzinho agora, como quem me lê nessa invenção.
LÁGRIMA
Contei para a minha mãe sobre a minha
separação. Ela escutou tudo, enquanto a lágrima escorria pelo rosto como um
caminho de uma vida.
NETO
Minha filha teve meu neto natimorto aos
seis meses de gestação. Depois de sepultado, cheguei em casa e encontrei uma
borboleta que insistia em flutuar perto de mim. Esse fenômeno aconteceu várias
vezes. Até hoje, quando vejo uma borboleta perto de mim, penso em meu neto.
NÚMERO
No hospital:
− Qual o número?
- OLHOS
Os olhos de Elisa são diferentes da
tela de Da Vinci. Elisa era afrodescendente do Nordeste brasileiro. Sua
história conta as vidas de tantas outras com olhos tristes, mas resistentes.
PAIXÃO
Tive uma grande paixão. O tempo passou.
Fiquei maduro.
POESIA
A poesia é um microconto de uma
história.
POMBO
O pombo voou até à janela, acenou, abriu as asas e partiu.
SERRA
A sombra escura da serra vista de longe, lembou-me os anos da Criação.
SONHO
Tive um sonho. Sonhei com ex-alunos já
formados, casados e bem-sucedidos. Eu ainda não estava aposentado.
TECNOLOGIA
A tecnologia começou a fazer carro blindado, a ponto de configurar a barbaridade da humanidade insegura e brutal.
- VASO
Quando eu era menino e morava em Olinda, minha avó usava um vaso para urinar. Depois que mudamos para Fortaleza, vovó adoeceu e foi internada num hospital. Foi aí que aprendi a chamar o vaso de comadre.
FÉRIAS
Em uma manhã, bem cedo, nas férias de julho, em casa, eu e a minha esposa, estávamos prontos para fazer uma viagem. De repente, aconteceu o que não prevíamos, começou a chover. Abri o porta-mala do carro e um raio iluminou o céu seguindo de um monstruoso trovão. O celular tocou. Com precaução do raio, entrei dentro de casa e atendi a ligação. Era inverno, mas no Ceará, em julho o clima é moderado. Além disso, a natureza tem sofrido com o aquecimento global. Ah! A ligação era meu filho deseejando boa viagem de ferias.
C: CHORO Chuva Cidade Computador Conhecimento Cor Coração Corpo Criança Cruz Cuscuz
D: Dado Debate Dedal Desenho Deserto Dia Diário Didática Dinossauro Diversidade Doce Dor Dormir Duende
E: ECOLOGIA Elefante Enchente Ensinar Escada Escola Escravo Escrever Escutar Espanador Espelho Esperança Estado Estrada Estrela ESTUDANTE ESTUDAR
F: Faca Facebook FADA Falar Família Fé Felicidade Festa Ficha Figura Filosofia Flauta Flor Floresta Foca Fogo Folclore Fome Forma Formiga FRATERNIDADE Frio
G: Gato Galinha Garrafa Garfo Gato Geladeira Geografia Girafa Gostar Gota Grafite Gramática Grupo Guarda Guarda-chuva Guerra (o absurdo que desumaniza)
H: HIPOPÓTAMO História, Horário, Habilidade, Humano, Harmonia Helicóptero Hospital Horta Hora Horas Hospital HUMANO
I: IDEIA IDOSO Interpretar, Investigar, Imagem, Idade, Ilustração Igreja Incêndio Índio Irmão Ilha Inseto Infância Instagram
J: Jacaré Jogo, Jardim, Jornal, Juntar, Justificar Janela Jangada Jardim Jornal Jogo judô
K: Karaoke, Kiwi, Karma
L: Lápis Laranja Leão Leite Leitura, Livro, Letra, Lista, Linguagem, Lua Luta Luto Liberdade Lixo Limão LUCRO Luz
M: MAR Mal Mamãe Mandacaru Matemática Movimento, Material, Modelo Manga Mamãe Mesa Mala Medo Melancia MÉDICO Macaco MEIA Mistério Música Mensagem Mentira Motorista Morte MUNDO Museu
N: Não Namoro Navio Narrativa Nome Nordestino Notícia Neve Nível Nuvem Ninho Noite Novo
O: Oásis Óculos Objeto, Observar, Orelha, Ouvir, Oficina Ovelha Ovo Onça Oceano Osso Oração
P: PATO Paz Porta Picolé Pipoca Praça Pão Povo Papel Português Palavra, Papel, Panela, Pintar Plantas, Poesia Pato Pedras Pai Ponte Povo Prato Pipa Pé Pente Pote Picolé Pipoca Peixe Pensar Pintura Praia Perigo Perdão PESSOA PLANETA PRODUÇÃO PROFESSOR
Q: Quadro Quebra-cabeça Quente Química Qualidade Queijo Quintal Quilo Quarto Quadra
R: Rádio Razão, Rede Relógio, Regra, Rima, Roda Resolver Rato Rosa Riacho RIO Rosto Rua Retrato Reza Racismo Respeito Rua
S: SAPO??? Saúde Som Saber Semente Sequência Social Sapato Silêncio Sal Só Sapo Sofá Sino Sol Suco Sim Seca Serra Sertão Sagrado Sangue Sentimento Segredo Semáforo Sentir Sofá Sorriso
T: TATU Tijolo Terra Tabuada, Trabalho, Texto, Tempo Tinta Tomate Tartaruga Tesoura Texto Trem Telefone Tapete Tigre Televisão Tristeza
U: Unidade, Urso, Unir, Utensílio, Universo, Utopia Último Unha Umbigo Uniforme Uva Urubu
V: Viagem Vida Verbo, Visual, Valor, Vivência, Volume Vaca Vela Vida Vento Verdade Vestido Vinho Violão Velho Voto Vovó Vaso? Violão Voz
W: WhatsApp Whisky Wi-fi
X: Xadrez, Xerox, Xerife, Xilografia, Xarope Xícara Xampu Xereta
Y: Yoga, Yakisoba, Youtube Zebra
Z: Zíper Zangão Zoológico Zebra, Zombar, Zona
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