" ESCREVER É PRECISO "

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

POEMAS CIENTÍFICOS

42 - O QUE É NEM SEMPRE É O QUE É

Vejo em minha frente

a realidade apraente,

uma verdade velada.

Mas minha opinião me conduz

por uma linguagem de convenções, 

fazendo-me ver que o que é 

pode não ser o que é,

sendo o que não é.

O não-ser.

De repente, minha identidade entra em crise 

e uma nova concepção da realidade

emerge no movimento do meu pensamento.

Respiro. Relaxo. 

Fecho o olhos e busco

através dos sentidos sentir a verdade se aproximando,

e o que nem sempre é o que é 

pode vir-a-ser. 

 (Setembro/2004)




43- PRÉ-SOCRÁTICOS


1- Tales de Mileto afirmou:

a água é a origem de todas as coisas,

atribuiu uma causa material para a origem do universo.

E que tudo está cheio de deuses,

- a matéria é viva.

A alma é algo que se move.


2- Em Anaximandro,

a origem de todas as coisas seria o ÁPEIRON, o infinito.

O mundo se dissolveria nele também. 


3- Anaxímenes

explica a origem do universo ou ARCHÉ 

a partir de uma substância única fundamentral - o ar.

O universo resultaria das transformações do ar,

da sua rarefação, o fogo,

ou condesação, o vento,

a nuvem, a água e a terra,

e por último, a pedra.

Nossa alma é ar, e ele nos matém unidos.

 O espírito e o ar são a mesma coisa.

A vida e o ar andam juntos.

A respiração é um processo vivificante.


4- Pitágoras 

acreditava na imortalidade da alma e em reencarnação (metempsicose).

Acreditava na divindade do número.

O um é o ponto.

O dois determina a linha.

O três gera a superfície

e o quatro produz o volume.


5- Xenófanes

defendeu um deus único, o supremo.

Deus está em todas as coisas, 

o todo é um,

e é supra-sensível. 


6- Heráclito disse:

tudo nasce, se transforma e se dissolve.

Deus se menifesta na natureza,

abrange o todo e é crivado de opostos.

A verdade se encontra no devir, não no ser. 

O pensamento humano participa

e é parte do pensamento universal.

A terra cria tudo e tudo volta para ela.


7- Parmênides fundamentou:

para se chegar a verdade 

não podemos confiar nos dados empíricos,

temos que recorrer à razão.

Nada pode mudar,

só existe o ser imutável, eterno e único,

em oposição ao não ser.

Mudar é deixar de ser (?)


8- Zenão argumentou

a divisibilidade infinita do espaço:

um corpo percorrendo um espaço infinito

em um tempo finito estaria imóvel. 

O ser é uno, contínuo e indivisível.


9- Melisso

demonstra que o todo é imóvel,

se ele se movesse,

forçosamente haveria vazio,

e o vazio é um não-ser.

Não há nada que separe as coisas umas das outras.

O todo é um, imóvel e ilimitado. 


10- Empédocles

identificou quatro substâncias básicas:

a água, a terra, o fogo e o ar.

Essas substâncias são eternas , imutáveis.

As verdades não seriam mais absolutas,

mas, proporcionais à medida humana.

Duas forças atuariam nas substâncias, o amor e o ódio.

O pensamento se produz com a sensação.

A inteligência cresce

de acordo com os dados sensoriais do tempo presente.


11- Filolau escreveu:

a natureza foi construída no cosmos

de elementos ilimitados e de limitados,

tanto o cosmos como um todo

quanto todas as coisas nele existentes.

Tudo que é conhecido tem número.

Há quatro princípios no ser racional:

cérebro, coração, umbigo e órgãos genitais. 

A alma está ligada ao corpo

e como num túmulo, nele está sepultado.

O cosmos é um e começou a vir a ser

a partir do centro e do centro para cima.


12- Arquitas

discerne que é impossível  haver som

se não houver choque entre corpos.

Deve-se, ou aprendendo de outro,

ou por investigação própria,

tornar-se conhecedor do que não se conhece. 


13- Anaxógora 

disse que as coisas corpóreas eram infinitas.

Todas as coisas seriam infinitas.

Toda a matéria estava condensada.

Em tudo há um pouco de tudo.

O espírito começou a se mover

e em todo movimento havia uma separação

e as partículas se desdobravam.

O espírito sempre é, sempre afirma. 


14- Leucipo disse:

Nenhuma coisa se engendra ao acaso, 

mas a partir da razão e da necessidade.

No mundo existe a matéria e o vazio.

A matéria é constituida de átomos

que se movem em torvelinho. 

O absoluto é o átomo, o verdadeiro.

O pensamento é a essência das coisas.

A alma também se constituiria de átomos.

O mundo teria a parte cheia e a parte vazia. 


 15- Demócrito teorizou:

tudo seria composto por partículas minúsculas

indivisíveis e invisíveis a olho nu, inclusive a alma.

Os átomos da alma se desintegrariam no momento da morte.

O movimento existe, pois, o pensamento é movimento.

O vazio existe. É por onde os átomos podem se mover. 

E existem infinitos mundos.

A essência da alma está na sua natureza animadora de movimento.

A alma é feita de átomos sutis que se movem. 

O fogo faz parte da essência do homem.

Se a respitração cessa, o fogo interior escapa, e ocorre a morte. 

O homem é infeliz porque não conhece a natureza.

(Dezembro/2004)




44 - METAFÍSICA


I

MUDAMOS  sem deixar de ser o que somos,

o mesmo conservado em nossa essência.

E como essência existimos 

e nos relacionamos de forma objetiva e pela intersubjetividade.

Assim nos descrevemos em nosso pensamento conscinete

e todas as estruturas do mundo em que vivemos

  e no que criamos para o porvir. 

II

NOSSA IDENTIDADE nasce na busca de conhecer 

o ser verdadeiro.

Nossas ideias são nossas essências inteligíveis.

Criamos o diálogo com a evolução do pensamento

para encontrar respostas

e saciar nossas carências

na meta do amor pleno.

III

O MUNDO em que vivemos é real e verdadeiro.

Cada ser é em substâcia um verdadeiro Ser

sendo em devir.

Assim somos, existimos, nos movemos e pensamos conscientes.

Somos uma ação,

um ato em realização,

produzidos por uma causa material e espiritual,

com forma, potência e finalidade.

Nossas atitudes de razão e sentimento 

determinam nossa existência no mundo.

IV

A AÇÃO HUMANA revela o espírito do Ser.

É nisto que consiste o conhecimento e a verdade.

O nada não existe,

é o não-ser, o vazio.

O que existe vem de algo imensurável.

O todo está marcado por uma unidade.

Dentro de cada pessoa mora o mistério do infinito,

Deus, que está para além do visível. 

V

O SER HUMANO É MISSÃO,

é essencialmente um fenômeno em missão.

Somos uma estrutura universal.

Temos uma intencionalidade.

Damos sentido consciente ao mundo.

Produzimos culturas.

Estamos unidos integralmente,

marcados pela razão e pelo sentimento.

VI

SOMOS modernos,

pós-modernos,

pós-METAFÍSICOS...

Somos palavra-ação.

Somos limitados no infinito, 

numa rede de conceitos e coisas que se articulam

e se tornam uma representação.

(Fonte: Convite à Filosofia. Marilena Chauí) 

(Dezembro/2004)




45 - A PESSOA HUMANA


A pessoa é um ponto de referência em toda a natureza.

É um ponto de verdade.

É um ponto de valor sujacente no pensamento.

A consciência alcançará esse ponto. 


O ser humano por ser o que é,

e por sua essência,

 se faz por escolha consciente.

A pessoa está presa no ser humano em si mesma

e no ser sendo.

Ser no que crer.

Somos gente a priori, e acima de tudo, 

o que somos vai se definindo

ao longo da história humana.


A morte não é a última palavra.

A vida veio antes da moral.

A pessoa humana é demasiadamente humana

quando vive livremente.

O infinito se encontra no total abandono de si.

A pessoa é o alé-de-si.

(Fonte: Kierkegaard e Nietzche) 

(Janeiro/2005)




46 - ATITUDE CORRETA 


O nosso corpo é o lugar da existemcia do ser.

É o campo de atuação

numa dimensão maior do universo 

que se expande e evolui

pelo pensamento consciente e atitude correta. 


A atitude correta está num contexto 

articulado pela inclusão e pela harmonia com o todo,

com intensão e identificação.

O ato expressa significado de conhecimento e de unidade.


A atitude correta é a atitude do ser verdadeiro,

da sensibilidade e do equilíbrio. 

O ato se torna fato.


A atitude correta é uma ação criadora do eu profundo.

Não existe pessoa vazia.

Não há dicotomia

entre atividade humana e atividade do espírito.

Viver é ato do espírito.  

para a promoção humana.


A atitude correta é um contato necesário e útil

que tem uma causa motivadora.

(Fonte: Husserl; Bergson; Russel e o Budismo) 

(Janeiro/2005)




47 - SOMOS NO TEMPO 


Somos no tempo 

presença viva que fala algo maior que o pensamento;

um ser aberto à amplitude de seu interior

e de sua exterioridade.

Somos cada vez mais em doação.

Somos porque estamos em substância.

Não somos o nada nadificante.

Somos edificantes.

Podemos até negar a vida,

mas não inexistir.

A existência é uma extensão do que somos na realidade.

Somos podresença viva, concreta, real, visível e em devir.

(Fonte: Tempo e Ser. Heidegger) 

(Janeiro/2005)




48 - O EU QUE SOU


Diante da consciência está o "Eu que sou".

O eu livre e de graça,

cheio de dúvida e de razão,

de fé e de negação.

Somos numa convivência preso à Terra,

antes preso ao útero,

agora preso ao Transcendente.

Diante do desespero, a superação.


O "Eu que sou" 

é consciência com o mundo.comunic

O mundo é com a humanidade.

Nisso reside um juízo significativo.


O verdadeiro "Eu que sou" 

comunica ação, relação e serviço.

Inspira e transpira ânimo.

Vivencia o concreto e o ócio.

É um caminho.

(Fonte: O existencialismo é um humanismo. Sartre) 

(Janeiro/2005)




49 - PLANETIZAÇÃO HUMANITÁRIA


Somos em espiral 

em tempo cietífico 

além dos políticos

emergentes e em evolução cultural. 


A terra e o céu

mulheres e homens

intuição e razão

um ponto para o infinito

planetização humanitária.

Caso contrário, a insanidade.


Na nova física 

o desenvolvimento da interconexão.

Como ser vivo 

somos natureza em transformação.

Estamos para além de um relógio.

Não somos um cartão de crédito ou um chip. 

Somos mais potentes do que os vírus e as bactérias.

Mas somos mais consumistas, lucrativos e egoístas,

do que aprendizes, flexíveis e transcendentes.

Caminhamos para a extinção 

mas nunca para o vazio.

Viver não é só trabalho e não é só lazer.

Provocamos a maior agressão cósmica e desumana

com as armas nucleares.

Estamos inseguros e indefesos

sob as ameaças dos loucos do Pentágono.


O que nos sustenta vivos?

O ar que respiramos?

Somos mais do que ar.

Somos mais do que pensamos ser.

Estamos vinculados numa rede de relações.

Estamos vivos porque somos vivos.

Diante da morte a profundidade da nosa individualidade.

Somos o Espírito da Terra.

A consciência em evolução.

Ser e Espaço estão unidos.

Pessoa e planeta, o mesmo pó-humano e Divino na mesma relação. 

(Fonte: O Ponto de Mutação. Fritjof Capra) 

(Janeiro/2005)



 

50 - DA POESIA À CIÊNCIA 


Da poesia nasceu a ciência.

Da visão à ação.

No mundo humano há uma missão.

Missão humana para a paz.

De um ponto para a imensidão.

Da criação à destruição.

Segue o fio da recriação.

Do algo, uma explosão.

A vida em movimenrtação.

Da simplicidade para a complexidade.

A convergência na totalidade.

De um passo, um novo caminho.

Vida e fé.

Diferenças e unificação.

Física e metafísica.

Sepultamento e ascensão.

Razão e sensibilidade.

Realidade e consciência.

O Todo em todos.

Do caos à perfeição.

(Fonte: O Fenômeno Humano. Teilhard de Chardin)

(Abril/2005)




51 - O SER POR INTEIRO


Somos um ser por inteiro

animado no corpo-espírito

um ser como um todo

complexo biopsicossocial

um simples suspiro

agindo no mundo

pura respiração

sujeito histórico

imanente-transcendente

começo, meio e fim

ponto para o infinito

inspirado e racional 

ser pensante, inteligente e de coração

pessoa humana que fala e sente

que tem consciência para o bem.

(Fonte: Gn 2,7; Dt 10,12; Mt 10,28; 27,50; Mc 8,36; Lc 8,55; Jo 6,63; 1Cor 14,15; 15,45; 1Ts 5,23; Tt 1,15; Tg 2,26; Ap 19,10)

(Maio/2005)

 



52 - SAGRADO-PROFANO


Homo religiosus infinito

Ser completamente inregral

Fenômeno Sagrado-Profano

Ser imanente-transcendental

Amplo dimensional

Ato e potência

Cultural

Dos mitos à cosmogonia 

Algo Sagrado: hierofania

Do nada, o Todo revelado.


Inteiro Ser Sagrado 

 Ser em-si para saber de si

Essencial materializado

Dialético inacabado

Mundo humano concreto

Incorporado

Símbolo mítico

Desmitificado em ciência

Real Sagrado-Profano

Manifestação indizível.


Sensível Ser ontológico 

De arquétipo ritual

Ser do vir a ser real

O cônscio mundo humano

Inserido contextual 

Corpo-Espírito

Histórico, complexo, racional.

Do caos à viva luz universal

Ser e Tempo atemporal

No espaço existencial.

(Fonte: O Sagrado e o Profano. Mircea Eliade)

(Agosto/2005)


 

 

53 - (C)ALMA


NA VIDA OCIDENTAL CRISTÃ

CORRIQUEIRA

E ESTRESSANTE

ENDIVIDADA

E SEM GOZO

O ESPÍRITO FALA:

(C)ALMA

(Agosto/2005)




54 - TREMENDUM MYSTERIUM 


O indefinido se define

Da obscuridade à luminosidade

Das trevas à luz

Da imensidão do infinito

O imensurável ínfimo

O sentimento da Totalidade do Único Eterno

O Tremendum Myterium

Da razão à razão do Sagrado. 


O numinoso iluminado

Santo e santificado

A impressão da existência real

A essência do Pleno Ser Onipotente

Que causa temor e tremor

A força da energia cósmica oposto ao caos

O fascinante encantamento

Entre o Todo e o nada.

O repleto e o vazio

O numem e o daimon.


Do esvaziamento de si 

O mistério de profunda ad-mira-ação

A consagração do mundo e do humano

O equilíbrio e a harmonia - a adoração 

A escuta, o recolhimento e o acolhimento

A divinização universal visível no mistério 

O ponto convergente da fé

A revelação do Sagrado.


No Princípio do tempo

O início do Ser

O Centro do Mundo

A árvore da vida

Do conhdcimento do bem e do mal

No meio da jardim do Paraíso 

  Da pré-vida à vida e o além da vida

O trans-humano

O Ser e o Sagrado na coexistência 

No espaço aberto para o alto

O Cosmos que vive e fala

A imagem da Casa e do Corpo

Como o Céu e a Terra

O Sol e a Lua

O Útero e o Coração

No Todo, o sentido da Vida. 

(Fonte: O Sagrado. Rudolf Otto)

(Janeiro/2006)

 



55 - ECO-RELIGIOSO


Um cristão perguntou:

- Qual o sentido entre um homem e uma barata?

Um budista respodeu:

- O mesmo sentido entre a natureza e o homem.

(Fevereiro/2006)




56 - DEUS-OXALÁ


Deus-Oxalá ancestral Zamby Axé Shalom

dos caboclos-guias, pretos velhos,

mediúnicos, babalorixás e sacerdotes,

no gongá-altar e nos terreiros atuam

e em todo campo astral

iluminam no Céu-Olorum de Olodumarê.


Na mística sincrética do mito de Yemanjá

a mãe d'água, a cabocla Yara,

da teogonia de Tupã do Pajé,

Tupi-Guarani,

Maria, a mãe de Jesus, é cultuada.

Nanã acolhe nas águas 

(com Santa Ana).


Xangô, orixá que comanda a lei da natureza 

(no encanto de São Jerônimo)

se une a Oxossi, comandante dos vegetais

(com São Sebastião)

e a Ossaim da floresta (com São Benedito)

e Ogum que domina as guerras com a espada 

(de São Jorge)

Oxum das águas doces e do arco-íris

(sincretizada em Nossa Senhora da Conceição)

com Oxumaré da chuva 

(unido a São Bartolomeu)

chama Yansã que domina as tempestades 

(como Santa Bárbara).


E os Yerês de santos meninos brincam com Ialorixá no terreiro 

(de São Cosme e Damião)

enquanto Exu-Jurupari com tridente na mão

faz magia e despacho na encruzilhada

(próximo de Santo Antonio)

aos olhos punitivos de Omolu/Obaluaiê

(ao lado de São Lázaro).


Os Ogans cantam e tocam atabaques e agogôs

Para Yaô, filha de santo, dançar,

ao sair da camarinha - o quarto sagrado -

que manifesta o Orixá nos ritos de banhos, búzios e descargas...


E entre a festa e o sacrifício 

as cozinheiras Iabassês ofertam os manjares 

aos deuses no santuário.

O mistério encanta e faz sentir as vibrações 

dos Querubins, dos Arcanjos e Serafins,

e o momento se faz transe 

e o êxtase é real. 

É o encontro com o Sagrado.

(Junho/2006)

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(Em nome da africanidade e da Lei nº 10.639/03, alterando a Lei 9.394 de 20 de novembro de 1996 da Lei de Diretriz e Base da Educação - LDB, que obriga incluir no currículo oficial da rede de ensino a temática "História e Cultura Afro-Brasileira).

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57 - FLOR DO ASFALTO


No silêncio...

Contenplo no meio da multidão 

que grita por dignidade

uma flor que abre espaço no asfalto

em busca do novo. 

Vejo na mulher aguerrida 

uma força que alimenta 

a esperança que faz acontecer.

Sinto a presença viva 

do encanto que me encanta

e me domina por um isntante eterno.

Escuto a voz que clama 

entre a dor e a alegria

a firmeza permanente,

sendo consumada no pensamento 

a liberdade que ninguém prende.

E depois do grito de alerta dos excluidos 

vem o prazer de viver a conquista 

de compartilhar o ser por inteiro

e vivenciar o sonho que queremos.

O sonho não acabou, a luta é contínua.

Voltamos com o anúncio da liberdade,

e como a flor no asfaldo, culta e bela, 

precisamos cuidar um do outro 

para que cada semente rasgue o chão 

e assim possamos contemplar 

a beleza de todo o jardim. 

(Junho/2006)

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(Após 45 dias de greve dos professores do Município de Fortaleza, 26 de abril a 11 de junho de 2006, na administração da prefeita Pfª. Luizianne Lins, do Partido do Trabalhadores (PT) - Greve pelo PCCS (Plano de cargos, carreiras e salários - Maio e junho/2007)).

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58 - DECÁLOGO


O Amor é o maior sentimento humano 

capaz de transformar a vida no caminho da Felicidade.

É a Verdade mais profunda que corresponde com a Liberdade.

O Amor é a fonte da Bondade que ensina a Doação de si mesmo

de ser Sincero e de ter autodomínio.

 O Amor é Coerente repleto de Carinho 

e exige Respeito. 

(Julho/2006)




59 - ESFARRAPADOS 


"Aos esfarrapados do mundo"

que introjetados no medo do poder dominante 

são reduzidos aos pedaços,

como maltrapilhos são rasgados,

abatidos e esmagados.

Reprimidos e oprimidos,

sofrem com todas as formas de abuso. 


Renascidos das cinzas se redescobrem

na práxis da libertação,

do objetivo com o subjetivo,

do ter com o ser,

 e se engajam na luta 

contra toda a forma de dominação

 e de abuso desumanizante.

(Fonte: Pedagogia do Oprimido. Paulo Freire) 

(Julho/2006)




60 - ANÚNCIO


Abra a porta do teu ser

e viaje na imaginação

sinta a presença de encanto

que anuncia um mistério 

fascinate.


Feche os olhos 

e contemple 

a visão interior

vislumbre um sinal possível

de um outro mundo

neste mundo.

(Agosto/2006)




61 - ALTERIDADE


O outro é um mistério paradgmático,

alteridade que causa alteração.

No outro se vê e se escuta,

acolhe, sente e compartilha.

Sem o outro não se vive, não tem diálogo,

e a vida não tem sentido.

Fora do outro não há humanização. 

O outro é desafio dialético e inquietação.

É a primeira linguagem de identificação.

O outro é o ser vivo da esperança,

de convivência e de encantamento

que não se pode matar.

É a relação necessária da ética por excelência.

O outro solicita o sair de si mesmo

para o encontro fraterno e para a espiritualidade.

O outro é uma hierofania

que revela a totalidade e o infinito transcendente da vida.

O outro existe, vive e sente,

logo, somos numa realidade em construção.

O outro é o próximo que está ao lado, que interpela,

que gera o verdadeiro saber e que dá autonomia.

O outro é o caminho para o bem. 

(Agosto/2006)




62 - PENSAMENTO


Dá palavra à lógica 

da lógica à construção da sabedoria humana 

e do conhecimento da vida.

Do mito ao rito

o símbolo sagrado

o gesto reflexivo.

Da origem ao infinito.

Do movimento causal 

à necessidade da perfeição.

Do caos à ordem.

Do nascimento à morte ou a trnasformação.

Da passagem histórica, física,

ao retorno da essência da vida metafísica.

Do pó ao pó.

A unidade entre fé e razão

na liberdade e na união.

Do real com o ideal

no dilema do Bem e do Mal.

Eis a verdade no espírito,

no sentido da linguagem,

na linguagem do sentido,

na percepção e na memória 

com sensibilidade e autenticidade,

no valor da alteridade.

Depois de tudo,

 o surgimento dos conceitos.

O resto é preconceito.

(Setembro/2006)




63 - HUMANO


Professoras e professores 

escutem o que vou falar 

entre o céu e a terra

existe um caminho escolar

começa tudo numa casa

com o ensino familiar.


Eis que um dia surgiu a luz

no espaço da eternidade

o mundo muito evoluiu 

criativo e com liberdade

e hoje nos encontramos 

querendo saber a verdade. 


Curiosos do saber 

reflita tudo o que aprendeu

perceba o quanto é grande 

o ensinamento de Deus.

Busque no seu interior 

o talento que recebeu.


O conhecimento não é um só

mas é pluridimencional,

é complexo e completo,

no contexto sociopessoal

é interdisciplinar

simplemente fenomenal.


As ideias são humanas 

vêm dos mitos e dos símbolos,

criam palavras, realizam, 

formam o ser político

e na luta desumana

a voz sofrida se faz grito.


Pense com arte e ludicidade

como gente a brilhar

voe alto como águia

mas sabendo onde pisar 

para conseguir o novo 

todos têm que recriar.


A linguagem evoluiu 

com critica e emancipação

conrtuindo e reinventando 

buscando a humanização

e diante da incerteza, não exite.

Ouse! Dizendo sim e também não.


Quanto ao princípio criador 

digo que é ordem e desordenação

sobre o cenário dos caos

emergindo nova organização

e apesar da violência na rua 

há uma bondade semeada no chão.


Diante de tantos assuntos 

 vejo perplexo o ser humano

o ser criado e incompleto

entre o sagrado e o profano

vejo também a miséria 

em Zé, Maria e Beltrano. 


Quero agora agradecer 

a nossa mãe Natureza 

que diante de muito estudo

temos alegria e beleza 

e espero que o nosso saber 

acabe com todo tipo de pobreza.

(Março/2007)




64 - CUIDAR DE AMAR

 

Acredito no amor como uma flor

 que rompe com a terra

e no sol como o fogo 

iluminando o amanhã que espera. 


O amanhã não está longe

nem distante dos sonhos.

Afastando-se dos inimigos

rejeitando o que é injusto no mundo.

E se só amar, amar e amar.


E a festa, a alegria a celebração,

rediará em todo o planeta,

se um dia todos juntos souberem amar

e a vida não for dominada

pelas potencias imperialistas.


Acredito que um dia 

reinará um mundo melhor

 e chegará a vez da beleza

como é toda a natureza

que ensina o que é amar

e o amanhã então mudará.


Já sonhamos muito com o mundo 

agora resta a todos compartilhar e acreditar 

arriscando uma niova vida

só assim sentirá quem cuidar de amar. 

(Julho/2007)




65 - A REALIDADE E O ABSOLUTO


A realidade e o Absoluto 

não é a realidade do absoluto.

O que conhecemos entre ciência e metafísica

fundamenta apenas um ponto de vista.


Muito de nosso racionalismo 

semeia uma crença abstrata

congregada de devotos dogmáticos 

que absorvem uma realidade absolutista.


A realidade é viva e sensitiva

e está em conexão com a verdade.

O mundo é a oferta dada como seguro de vida 

e o lugar das experiências do mistério e da esperança

em que se busca a verdade. 


Entre o Universo que conhecemos

e um outro desconhecido,

é mais provável que a escolha seja pelo que conhcecemos,

porém, a tentação pelo desconhecido impulsiona o ser a buscá-lo. 


É mais fácil livrar-nos dos impactos de um ateróide,

do que dos males que os humanos causam na Terra.

A realidade é o que sabemos de fato 

e o que cremos livremente.

Por trás de cada palavra, um ser concreto, um espírito.

Em cada um, o seu próprio fim, a sua substância,

 o seu espectro, a sua salvação.

Mas, salvar de quê? Salvar-se de quem? Salvar para quê? 

Antes do Universo era o nada?

Após o Universo será o tudo?

Em nosso mundo pluralista que fala por si mesmo,

nas manhãs de café com pão, resta um poema científico.

A realidade não é uma cópia.

Diante do todo completo, há a nossa intimidade carente

e o desejo de nossa dimensão para o infinito.

(Fonte: Pragmatismo. William James)

(Agosto/2007) 




66 - PARA QUÊ?


Sou casado com a filosofia e enraizado na mística.

E diante das interpretações fica a hermenêutica do infinito.

Na maneira das relações, os instantes felizes e de dores.

Apesar da morte, a vida é um desejo de viver

Para que viver senão viver?

Mesmo que não creia em nada ou negue o sentido de tudo

a vida é para que viva com amor. 

(Agosto/2007)




67 - IMANENTE-TRANSCENDENTE


Ser humano da realidade que protesta a ação

existente na experiência do imanente-transcendente

convive numa relação entre os seres da natureza

e com todo o universo, és, sendo inacabado,

mas, aberto ao infinito. 

(Agosto/2007)




68 - PSICOLOGIA DA RELIGIÃO


Essência divina inerente ao ser humnano

de energia psíquica e consciência limitada,

entre os arquétipos do pai e da mãe,

o desafio da alteridade e a decisão da autotranscedência.

Ser de vontade que não conhece a si mesmo,

de razão e instinto cheio de feridas internas,

de espinhos e pedras, mas também, complexo, rígido e criativo.

Persona de máscara simbólica preso entre os opostos

que se defende e ataca, que tem ânimo no ato de alteridade

e que tem sombra e demônios que devem ser superados.

Ser de corpo-espírito imanente na terra-mãe

que sonha alto no inconsciente e no conflito busca o transcendente.

O sagrado está dentro da gente. 

Assim vivemos sendo no tempo presente.

Individuação que nos faz diferenciar.

Tornar-se a si mesmo na dialogicidade que faz atravessar

as fronteiras que impedem de ir ao encontro do outro

e possibilita compartilhar a verdade e sentir a espiritualidade.

O Eu-profundo da gênese-consciência 

não se reduz apenas em um ser de células ou em um mundo subatômico.

O que somos transcende a física quântica,

pois, na origem do zigoto, o ser humano é multidimensioanl. 

(Outubro/2007)

* 1º Encontro estadual de Psicologia da Religião 05 a 07 de outubro de 2007. Fortaleza - Ceará




69 - LÓGICA DA LINGUAGEM SIMBÓLICA


Ei! Psiu! Olha a chuva!

Corra para o ponto de ônibus.

Veja! Não há vagas. Cuidado! Ui! 

Isso é lógico?

É claro! É evidente! Não há dúvida!

Então um é igual a um e um pode ser diferente de um. 

Exemplo: Adão é um homem da terra, 

e Eva é uma mulher luminosa. 

Logo, Adão é diferente de Eva.

Porém, ambos são animais racionais e mortais. 

Conclusão: Somos sujeitos da nossa história  que vivemos 

e não apenas existimos como pedras que não respiram.

Isso não tem lógica?

www.ponto.com.ponto.br.

(Maio/2008)




70 - VOZ POÉTICA


A voz dos poetas é o sentimento do mundo,

é a palavra itinerante escrita no coração,

é um ponto finito de um ser aberto para a infinitude. 

A poesia é a mãe da filosofia que se inscreve nas ciências 

para encantar as agonias.

A poesia é uma voz que não se cala. 

A voz poética não é uma fala romântica. 

Mas, antes de qualquer preconceito,

é a lógica para os que ignoram o próprio raciocínio;

é a razão do espírito humano e o início do conhecimento;

é a física e a metafísica; 

é o proprio ser no mundo. 

(Julho/2008)




71 - INATO


 Impulsionado pela intuição escrevo algo sobre as ideias 

inscritas no coração, grafadas de forma bela

como um princípio inato, transparente ou não claro,

mas, são ideias do espírito que está no intelecto

e em todo o Universo que se passa pelos sentidos. 

Na percepção de cada pessoa se expressa um poder interior,

assim como o som ecoa e o sol tem o seu calor,

percebe-se, portanto, o bem, sendo inato e todos têm,

podendo ser praticado combatendo todo o mal

sob a ética e a moral, e assim, é possível ser amado.

O mundo em que vivemos pode ser o melhor possível,

pois, é o planeta que temos e não precisamos torná-lo horrível.

Temos em nós o Entendimento, mas é preciso o discernimento.

Para viver em nossa Terra será preciso maior cuidado,

sentir-se mais mais iluminado, viver a paz e não guerra.

Os nossos princípios internos quando chegam à nossa razão

trazem ideias do Eterno, da Verdade, da percepção...

São grandes sensibilidade com muitas possibilidades. 

E como substâncias que somos, nos dirigimos ao Infinito,

mesmo com todo o limite, vivemos melhor quando amamos.

Além da aparência da matéria existe o espírito humano 

com noções e muitas ideias sobre o Sagrado e o profano.

As palavras e o conhecimento são os maiores e bons exemplos 

e que em nossa natureza dispomos de verdades inatas

como a liberdade e a graça e o Universo com a sua beleza. 

(Fonte: Leibniz)

(Outubro/2008)




72 - INVESTIGAÇÃO


É a ufologia ou é a bebida que anda alucinando as pessoas ?

O que faz gritar: a dor ou a ausência de tudo?

Será que a ferida e o sangue provam a vida, assim como o ar, a água, o fogo,a terra e o espírito provam a existência no mundo ?

A última notícia já nasceu no princípio da Criação, ou vem pelos jornais escatológicos das religiões?

É no sobrenatural que reside a finalidade de toda a natureza?

Mesmo com todo o peso a leveza é insustentável?

Podemos dizer que ultrapassamos com rapidez e exagero os limitres éticos pela desobediencia?

 O que ainda não vimos poderá ser visto pela sensibilidade?

É na unidade que está a pluralidade?

Diante de tanta complexidade é simples afirmar que o único eterno é Deus?

(Dezembro/2008)




73 - VERSOS PARA BERGSON (1859-1941)


Filósofo das definições metafísicas 

que observou de fora e de dentrro como espiritualista da "Evolução Criadora"

investigou a consciência interior. 

Professor da "Matéria e da Memória"

que relacionou Corpo e Espírito, foi além do dado empirito 

e esclareceu o subjetivo.

Escritor do eu superficial e da profundidade de método análogo 

entre o empirismo e o racionalismo,

sintetizou a mulplicidade na unidade da personalidade. 

Pensador do devir e da transcendência, 

da intregração da realidade, da intuição e da utopia, 

do movimento e da espiritualidade, do homo faber e do homo sapiens.

(Dezembro/2008)




74 - VERSOS PARA HUSSERL (1855-1938)


Filósofo da "Investigações lógicas" e da fenomenologia do conhecimento

que ultra passou o nível empírico e do psicologismo

para a Consciência Transcendental.

 Professor de atos e de segnificados, de intencionalidade consciente,

que compreendeu o mundo vivo e vivido pelo "eu" sujeito das ideias reflexivas.

Escritor de Meditações, Cálculo e conteúdos efetivos, 

disse que todo pensar e conhecer perfaz-se em atos e palavras 

com princípios de validade.

Pensador da sensibilidade e do entendimento,

do ser relacionante e perceptível, dos fenômenos físicos e psíquicos,

da vivência evidente e esclarecida. 

(Dezembro/2008)




75 - VERSOS PARA BLAISE PASCAL (1623-1662) 


Filósofo da natureza e das coisas 

educado pelo pai nas letras e números, matemático da máquina aritmética,

investigador da verdade e do conhecimento entre fé e razão. 

Professor e místico em suas reflexões curiosas,

militante político-religioso voltado para a transcendência ,

contemplativo em seus limites e paradoxos.

Escritor dos pensamentos sobre o espírito, o homem e as profecias.

Observador do mundo corruptível e da eternidade,

estudioso do espaço como lugar de valores,

a querer saber onde colocar o ser finito no universo infinito.

Pensador e intuitivo do conhecimento

angustiado por uma consciência trágica,

 recolhida na auto-suficiência, compreendeu que o ser não é só razão,

sabendo que existe as razões do coração.

(Fevereiro/2009)




76 - VERSOS PARA LEIBNIZ (1646-1717)


Filósofo do "Endendimento Humano" e "Sobre o Princípio da Vida"

explica a existência pelo princípio da causa

e pelas noções inatas no intelecto. 

Professor conselheiro de um melhor mundo possível,

une pensamento e ação buscando a verdade,

as ideias e os sentidos como expressão do ser

e a felicidade e a tristeza como pontos de dicisões .

Escritor da ideia como objetivo do pensamento

que inicia pela sensação ou pela percepção dos sentidos 

e depois de uma reflexão compreede a natureza.

Pensador das palavras e do conhecimento, 

tem uma noção infinita de Deus que esclarece as percepções confusas, 

intuindo e deduzindo, entre a fé e a razão. 

(Março/2009)




77 - O ENTENDIMENTO HUMANO DE HUME (1711-1776)


O humano é da ação e da razão

e em sua percepção desenvolve suas ideias.

 O entendimento humano começa na relação entre as ideias e os fatos,

e o raciocínio se sustenta da causa e efeito.

Cada solução gera uma nova situação

e assim se estrutura uma tradição.

Da imaginação pensa-se na crença e na ficção

e em tudo existe uma conexão.

A filosofia ilumina a razão e o ceticismo

"afigura-se como uma atitude prévia".

Para o epicurista, a natureza produz o ser humano com elegância e prazer.

Para o estoico, existe um sublime espírito para que tudo seja conquistado,

com esforço e habilidade,

assim, como os platônicos, contemplativos na perfeita felicidade.

Em suma: quem contempla com sabedoria vive o gosto da liberdade. 

(Julho/2009)




78 - ENSAIOS DE MONTAIGNE (1533-1592)


Filosofar é aprender a viver 

e é vivendo que se aprende a morrer,

aprende a saber e a saber melhor ser.

 O melhor mundo possível se alcança com humildade e ousadia 

e não com imaginação e ideologia.

Esta é uma certeza que vem do juízo. 

Nenhuma certeza é sem a dúvida

e o conhecer de si já é uma incognita, 

a verdade não é uma aposta e a morte não é a última partida. 

De certezas e indecisões vive o humano

e entre desejos e necessidade se encontram o sagrado e o profano

e a maior cereteza é a liberdade. 

Nada é inteiramente puro e entre os meios e os fins 

está a duração do tempo e o sentido de todo o percurso. 

(Julho/2009)




79 - "E O HOMEM CRIOU O ROBÔ"


Há mais de 4 bilhões a Terra se formou

e há mais de 3 bilhões que a vida iniciou.

As bactérias surgiram com a matéria orgânica

e os seres pluricelulares na forma de invertebrados aquáticos.

Surgiram os vegetais, os insetos e os répteis, 

e com alterações climáticas tudo se transformava.

As aves e os mamíferos em toda a terra habitavam.

Mas, eis que ha 5 milhões de anos surgiram os primatas,

e o homo sapiens evoluiu há 300 mil anos. 

E o ser humano atual se fez social

criando a família, a propriedade privada e o Estado.

Criaram a imprensa e li no jornal:

"E o homem criou o robô"

à imagem e semelhança ele o criou,

ficção e realidade, informática e robótica.

Começou um novo domínio.

O homem conquistou a Terra, a lua, Marte, um pedacinho da galáxia.

Mas não conseguiu vencer o vírus nem a injustiça.

Hoje se fala em Estimiulação Magnética, Transcraniana Repetitiva.

Será um alívio psíquico?

O que está acontecendo com o cérebro humano?

(Agosto/2009)




80 - PANGÉIA 


No começo houve uma ação de querer,

uma vontade natural evolutiva e real,

uma reação atômica, relacional e ordenada.

O Universo em sua cosmogonia aparece ao longe como Via Láctea,

numa imensa nuvem, com bilhões de estrelas, entre milhares de galáxias.

E entre as cosmovisões nem tudo é lógico,

e o que é lógico pode não ser verdadeiro.

E entre o possível e o impossível encontramos o limite,

a inteligência complexa humana.

Não é um acidente, ou um acaso, nem um ato infeliz.

Existimos, e acima de tudo, vivemos.

 A vida é a chave inteligente da informação original,

por onde é trasmitido o significado e o sentido de toda ação.

Estamos na Pangeia,

um lugar privilegiado e bem estruturado, entre mundo agrupados, sob o movimento da luz.

Somos partículas de uma energia inicial maior, com uma linguiagem própria.

Já nascemos prontos para o processo transformador do desgaste material,

para iniciar um novo nascimento rumo à perfeição.

A natureza tem uma intenção inteligente,

assim como o ser humano possui uma razão.

(Agosto/2009)




81 - PENSANDO A HISTÓRIA


O pensamento lógico surgiu 

e a escrita consagrou sua eficácia.

Entre trevas e luzes chegamos às metrópoles sombreadas

e com a fé e a razão explicamos o mundo.

Renascemos com o avanço da ciência e da tecnologia, 

reconstruindo a história no sonho da modernidade,

sendo o liberalismo econômico um modelo e uma nova linguagem. 

No processo da realidade há também a realização do espírito

e uma nova concepção do ser e do tempo surge,

em que o Eros e o Logos se unem em harmonia.

Ou não?

(Agosto/2009)




82 - ANIMAL RACIONAL


O animal racional é sábio em sua ciência 

e demente em sua desumanidade.

Sua razão está além da matéria

porque os arquétipos incorpóreos estão em si inerentes

no seu autorrecinhecimento.

Em nossa forma corpórea no mundo existente

há uma memória imortal que justifica os conhecimentos 

e fundamenta o apoio racional 

 e real da transcendência do ser. 

 A nossa inteligência e sensibilidade 

são os meios que nos livram das ilusões 

e nos encaminham para o amor. 

(Setembro/2009)




83 -  INTERPRETANDO A NATUREZA


Interpretenado a natureza conhecemos a vida,

e o conhecimento verdadeiro é o domínio de si mesmo.

O durante é o tempo que nos mantém como seres conscientes.

Experimentamos o sentimos o tempo todo

e assim conhecemos o mundo e a vida.

Possuimos um saber original,

mas na prática e na intuição criamos um dilema

entre o bem e o mal. 

Inventamos conceitos convencionais

e formalizamos leis morais, 

mas, é em nome da liberdade que o ser humano se faz social.

Começamos pelo sentimento 

e nos protegemos com uma linguagem racional.

Pelas necessidades e vontades agimos, falamos e escrevemos.

Com a modernidade a linguagem se fez visual e também virtual.

Há uma linguagem surda que confude o senso comum.

Mas a natureza ensina com muita beleza a harmonia e o equilíbrio. 

(Setembro/2009)




84 - O TRANSCENDENTAL 


O conheccimento humano é para a humanização,

é a lógica do pensamento e também da intuição.

Esta é a pura verdade ou será uma ilusão?

A síntese do nosso saber inclui qualidade e quantidade

relaciona alguns conceitos entre unidade e totalidade.

Esta é a razão pura ou a complexa praticidade?

A análise do entendimento é também transcendental.

Há um juízo no pensamento, é algo sobrenatural.

Este é o sentido da vida ou é uma doutrina moral?

(Outubro/2009)




85 - O FENÔMENO


O ar vivificante equilibra entre o frio e o quente

formando um desenho, uma mensagem anunciante

que transmite confiança com a semente das virtudes. 

Uma estratégia da sabedoria animada em sua metafísica, 

sob a lógica da vontade e em movimento potente,

assim realiza o fenômeno.

E no mundo físico e subjetivo 

o pensamento cresce e evolui

com as incertezas humanas e a evidência da bondade, 

e que o melhor mundo possível 

exige a perfeita espiritualidade.

(Outubro/2009)




86 - O RACIONAL 


Racional, espiritual, imortal.

Corpo humano, sensível, visível.

Diverso, desigual, complexo.

Sangue e ar, calor e terra.

Ser de necessidade e vontade, 

de percepção e fantasia,

contraditório e incompleto.

Autor da sua história.

Itinerante da esperança,

combatente do desespero.

Apaixonante que experimenta o amor e o ódio,

a alegria e a tristeza, o desejo e a a dmiração.

E na unidade do ser se encontra razão, paixão e espírito,

pensamento, palavra e ação.

Então, como compreender a verdade?

A chave da segurança que sustenta o ser e o tempo.

É assim que conhecemos enquanto vivemos.

(Novembro/2009)




87 - O SENTIDO 


Concebemos distinções, percebendo e experimentando

e assim descobrimos o segredo da natureza

e o sentido da vida humana.

Nada existe que não tenha sentido

e tudo nos leva a nos definir a verdade que que tanto buscamos,

nos deixa preso num livre porvir. 

Somos sábios, práticos e sensitivos.

Falhamos por sermos científicos,

caso contrário não seríamos homo sapiens e em espírito.

Investigamos em busca de um sentido 

e muitas vezes temos que nos calar 

diante do real significado do mistério que não podemos falar. 

(Novembro/2009)




88 - A LINGUAGEM


O indizível existe e é a partir do ser pensante,

limitado no mundo real

que aparece numa linguagem diferente. 

Dizer para viver, agir e amar.

Viver para dizer de diferentes formas 

sobre a existência e a essência,

mostrando, sendo, aqui e agora.

Não se diz nada da essência senão pela existência humana

e tudo o que se diz da essência 

demonstra como a vida funciona.

O indizível, por mais que se diga, não é. 

Mas o que é dito se diz com um sentido,

com um significado sempre permanente,

e além do que se diz,

fica a linguagem do que é vivido.

(Dezembro/2009)




89 - A SABEDORIA 


A sabedoria é o princípio do entendimento,

é a atitude livre e alegre que gera vida e eleva o sentimento.

Seu estado natural se explica no contexto social,

na realização da paz e na prática do bem comum.

É a ação que cria e forma a vida.

É também o ponto fixo e imóvel.

É o equilíbrio entre a humanidade e o universo.

A  sabedoria humana plenifica, 

recria estratégia contra a injustiça,

espiritualiza o ser no mundo,

revigora a paz e não a guerra,

vivifica e não mortifica. Imortaliza. 

(Dezembro/2009)




90 - A ECOLOGIA


Nosso ambiente virou estufa,

desmatado e com lixo urbano 

cheio de poluentes radiotivos 

e com muitas espécies em extinção.

A natureza está se deformando com agrotóxicos e hormônios.

O aquecimento global é a nova guerra mundial,

a catástrofe para um novo tempo geológico,

em que a economia domina a ecologia.

A lógica consumista de mercado 

deve mudar por reação popular,

senão, por força da natureza,

a exemplo da criação evoluída,

que em sua genealogia reunida

garantiu a herança da família.

Do reino animal ao racional

emerge o ser espiritual,

o inovador ser ecológico,

a possibilidade do paraíso terrestre. 

(Dezembro/2009)

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