CANTANIDADE
No canto da comunidade
tem liberdade e união,
tem arte, brilho e cor,
tem rumo certo e direção.
Cantando a vida em comunidade
à luz da Palavra Sagrada
soa um grito contra a guerra
pela paz tão desejada.
O povo de deus vivo
segue a missão na estrada
luta, avalia e celebra,
festeja sem medo de nada.
Peregrino de força e de alegria
que acredita num mundo novo,
louva a Deus em comunhão
no canto sonoro do povo.
Entoando o canto da terra,
casa habitada da criação,
tudo é pra todos repartidos
se não fosse tanta opressão.
No canto do chão da vida
o pobre tem vez e tem voz
unindo o cordão da gente
juntamos justiça e paz.
Animados no canto da fé
combatemos o sofrimento,
é o povo no meio da rua
nas praças em movimento.
Como chuva que rega a planta
e para todos o sol brilha,
assim se renova a esperança
no povo que compartilha.
Caminhante qual profeta
ensinando o perdão,
denunciando as injustiças
transformando o coração.
A vida em comunidade
prepara a mesa partilhada.
O que tem dá para todos
é lição solidária
Virá o dia da liberdade
no despertar da consciência
e quando chegar a hora
quem é de luta marca presença.
No canto da comunidade
avida é renúncia e decisão,
é festa, alegria e arte
anunciando a transformação.
(Janeiro/2012)
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POETRILOGIA
I
Anima, aspecto feminino do homem.
Animus, aspecto masculino da mulher.
Na poesiologia tudo é alma.
O poema começa no fim.
Arte, um caminho humano-divino.
Morte, passagem de continuação.
O amor é a imortalidade da vida
com perdão, justiça e paz.
O Criador é nisto tudo, o todo eterno.
II
A consciência segue um processo histórico
na experiência humana além do mito
e prossegue pelo sentimento da intuição.
Pelo conhecimento o ser se fez humano,
técnico, científico, político,
moderno, simbólico e liberal.
O crente, o ateu ou cético,
não importa a nomenclatura.
Gente se trata com solidariedade.
III
A natureza é o essencial da vida.
A beleza é o que encanta o coração.
O eclipse é um símbolo de união.
Como matricida destruímos o ecossistema,
Terra! Gritai das cavernas de tua pele.
Guerra! é o grito desumano retumbante.
Do carbono vieram as estrelas e a carne.
Irmanados coexistimos.
Orgânicos somos entre o claro e o escuro.
(Janeiro/2012)