" ESCREVER É PRECISO "

segunda-feira, 31 de maio de 2021

POESOFIA

 SÍNTESE DO NOSSO EU




Às vezes a falta de um sentido já é um sentido.

Outras vezes o poder cria condições já em processo de extinção.

E o que sobra são as boas lembranças.

O que fica é o amor.

Esta é a esperança real.

O desespero é o grito dos abatidos.

Somos o resumo do substrato da síntese do nosso eu.

Nossa relação é a relação com o todo,

numa estrutura que possibilita tornar o que o que somos

e o que pretendemos ser.

Somos em nossa originalidade um ser para a plenitude.

 Pleno de quê?

Cabe a cada um ser em seu ser,

tornar-se em seu porvir.

Somos no que ocupamos

em nosso tempo e espaço.

Para tanto usamos uma linguagem própria

e de forma mais evoluída - a tecnologia.

O que ganhamos em vida

perdemos também com ela.

O oxigênio que vitaliza também mortaliza.

Somos um sopro de vida

essencialmente necessários.

A vida é o que é possível ser 

e em realização contínua.

 O nosso eu é realizando-se em contínuo constante.

Tornamos o que pretendemos ser

sendo o mesmo

em movimento dinâmico 

sem saír de si.

Nos conhecemos mais  quando saimos de nós mesmos

para nos encontrarmos.

O que nos resta, então?

O nosso dilema consta

no entendimento da realidade exterior

 com a interioridade do eu coletivo

em conexão com o todo.

Além disso,

sobram as concepções morais.

(Março/2014)