" ESCREVER É PRECISO "

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

POEMAS CIENTÍFICOS

 2 - CIÊNCIA E TECNOLOGIA


Na descoberta do meu eu descobri a ciência,

na descoberta da ciência,

descobri suas ideias concretas no coletivo social. 


Saí do útero materno

e entrei no útero do mundo,

de olhos arregalados invadi a sociedade.


Já temos táxi-espacial pra ir a lua,

mas não posso andar de ônibus.


  A lógica da crise é a confirmação do capitalismo.


A realidade não é, ainda, o real. 

O real é na essência o Ser digno.


A ciência ainda caminha com as doenças e sectarismos. 

A ciência é o Ser humano que somos,

ainda no seu egoísmo.


Somos aniquilados e nos aniquilamos até pela omissão.

Somos desencorajados. 

Precisamos mergulhar no eu e sair de si

para ir ao encontro do outro

e humanizar o mundo. 


A vida não é um círculo vicioso, idealista, estática, mecanicista.

 É dinâmia .


Viventes! Homens! Mulheres! 

Apressamos-nos em libertarmos. 

Acordai-vos!


Destroços humanos do desespero da ciência armamentista. 

Massa oprimida! Gênero humano, quem somos?

Para onde vai a nossa ciência e nossa sabedoria?

Espectro de nós, ó morte!

Comove-nos no indizível, o uno convergente.


Ciência é mais que pensar,

é transformar para humanização.


Sair da escravidão é fazer uso do sentimento e da razão,

fazer encontrar a liberdade pelo uso do saber.


A vida não é um porto seguro,

um sistema acabado, definido,

 um barco sem rumo no oceano.


No desconhecido da vida

urge a sede de beber

na fonte da busca.


O mundo sem o ser humano 

é um mundo sem consciência,

porque no ser humano, sujeito-histórico,

reside a consciência do mundo, 

e aí, a humnanização. 

(Julho/1994)

terça-feira, 13 de setembro de 2022

POEMAS CIENTÍFICOS

 POEMAS CIENTÍFICOS (1994 - 2009 )

Jonas Serafim 

"Aos construtores da sociedade pluraslista" (Aos teólogos).

"Aos cientistas, técnicos e forjadores da sociedade tecnológica, para que incentivem o espírito científico com amor à verdade, a fim de investigar os enigmas do universo e dominar a terra; para que evitem os efeitos negativos duma sociedade hedonista e a tentação tecnocrática e apliquem a força da tecnologia à criação de bens e à invenção de meios destinados a resgatar o homem e a mulher do subdesenvolvimento. Deles se esperam notadamente estudos e investigações tendentes à síntese entre ciência e fé. Exortamos a todos os pensadores conscientes de valor da sabedoria - cuja fonte primeira e última é o Logos (Jo 1,1ss) - e preocupados com a criação do novo humanismo, a que atentem à grande afirmação da Gaudium et Spes: " O destino futuro do mundo corre perigo, se não se formarem homens e mulheres mais instruídos nesta sabedoria (nº 15, c). Para isso, é preciso um grande esforço de diálogo interdisciplinar da teologia, filosofia e ciência, à procura de novas sínteses." (Puebla nº 1240).



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1 - DESMITIFIQUE*  


Desmitifique!

- É lei ser gente.

É urgente!

Lute em existir e viver sempre.

Busque sem limite em querer sentir, ser ciente e ter vez.

Exigir seu "mundi", livre e simples.

Experimente, mude, pense, medite;

recuse tese de elite;

desintimide, negue este que finge.

Edifique diferente, resignifique, investigue, 

duvide, inquiete-se.

Publique firme seu Bem.

Em Deus é que reside seu Bem-Feliz.

Pregue esse viver de fé

que reflete em Jesus, em Hindu, em Te King, em Zumbi...

- Crie e recrie.

É sede que urge beber

leite e mel de quietude.

Se se "fez", desse fez, vem um germe-semente

que une e se define.

Se vive, perece e revive.

Nenhum vivente deve submeter-se em limite, fim, e sumir.

Evite prender-se.

Liberte-se!


- Espécies de "TVs' bebem de um elixir ruim,

efervescente, dependende,

que pretendem defender um  rei-fetiche, esfinge,

que prende mentes em "rede" demente.


- Desmitifique"

Desutilize de fuzis desse regime estrume,

que se vende e se desentende entre seres.

Esses, subdividem entre si e se revestem de pele humilde

e emitem sutilmente "luzes" deficientes

que reduzem Ente em ninguém.

Em síntese:

Sem ver, sem ser ciente e sem jus,

imprime e fere.

Ergue um edifício, um dique.

Restringe, impede, submerge, perde-se, extingue.

Viste!

Em nudez, viste, nitidez de perceber um funil que reprime. 


- Cientifique!

Eternize este viver de sempre viver bem.

Plenifique! Eleve!

Sê livre, sete mil vezes, sê livre!

Libere, ensine, ilumine!


Ressuscite este Eu-existente,

inerente em si, e revele em Ser,

que decerne e crer, 

viver em plenitude.


Lembre-se: 

neste Ente que és, um presente visível,

 existe um Ser invisível emergente

que surge independente e em devir. 


Inicie em servir sem distinguir,

gente é que és, enfim,

semente que define em que existe,

existente, vive, revive, resplendente. 

(1994)

(*Poema escrito sem as vogais "a" e "o").