SÍNTESE DO NOSSO EU
Às vezes a falta de um sentido já é um sentido.
Outras vezes o poder cria condições já em processo de extinção.
E o que sobra são as boas lembranças.
O que fica é o amor.
Esta é a esperança real.
O desespero é o grito dos abatidos.
Somos o resumo do substrato da síntese do nosso eu.
Nossa relação é a relação com o todo,
numa estrutura que possibilita tornar o que o que somos
e o que pretendemos ser.
Somos em nossa originalidade um ser para a plenitude.
Pleno de quê?
Cabe a cada um ser em seu ser,
tornar-se em seu porvir.
Somos no que ocupamos
em nosso tempo e espaço.
Para tanto usamos uma linguagem própria
e de forma mais evoluída - a tecnologia.
O que ganhamos em vida
perdemos também com ela.
O oxigênio que vitaliza também mortaliza.
Somos um sopro de vida
essencialmente necessários.
A vida é o que é possível ser
e em realização contínua.
O nosso eu é realizando-se em contínuo constante.
Tornamos o que pretendemos ser
sendo o mesmo
em movimento dinâmico
sem saír de si.
Nos conhecemos mais quando saimos de nós mesmos
para nos encontrarmos.
O que nos resta, então?
O nosso dilema consta
no entendimento da realidade exterior
com a interioridade do eu coletivo
em conexão com o todo.
Além disso,
sobram as concepções morais.
(Março/2014)
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